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Cartaz MAAS

Sexta-feira, 07/03/25, às 14h, por videoconferéncia, acontecerá a Defesa de Doutorado de Mariana Aparecida de Almeida Souza

 

Resumo

Dalbergia ecastaphyllum (L) Taub é uma planta da família Fabaceae, popularmente conhecida por rabo de bugio. A espécie é encontrada do norte ao sul do Brasil, estando associada a áreas alagadas, manguezais e restingas. Apesar de produzir um exsudato que é matéria prima na produção da própolis vermelha, as folhas de D. ecastaphyllum são suscetíveis à formação de galhas.

Em sua Tese, Mariana explorou morfológica, anatômica e quimicamente folhas e caules de D. ecastaphyllum de cinco áreas de restingas e manguezais no estado do Rio de Janeiro localizadas nas áreas de proteção ambiental (APA) de Maricá e do rio São João, e no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. O número de morfotipos de galhas variou de um, na APA de Maricá, a dois, nas demais áreas. O morfotipo globoide apresentou menor infestação que o discoide. Não foi verificada distinção nas estruturas evidenciadas pelos cortes transversais entre as amostras da restinga e do manguezal, apenas alterações morfológicas e anatômicas causadas pela ação do galhador. 

As análises apontam para diferenças nas classes químicas que estão associadas à defesa contra herbívoros, como flavonoides e fenóis totais. Apesar de identificadas as estruturas secretoras do exsudato que origina a própolis vermelha, não foi possível confirmar a ocorrência do besouro Agrilus propolis, espécie descrita apenas recentemente e que impulsiona a produção desse exsudatoA tese analisa a variação espacial de estruturas do rabo de bugio e contribui no reconhecimento do potencial biológico da relevante vegetação costeira fluminense.

 

Banca avaliadora:

Titulares

Dra. Ana Cláudia de Macêdo Vieira - Orientadora

Dr. Rodrigo Lemes Martins (PPG-CiAC/UFRJ)

Dr. Marcelo Guerra Santos (PPG-Bot/MN/UFRJ)

Dra. Juliana Villela Paulino (PPG-ENBT/JBRJ)

Dra. Naiara Viana Campos (NUPEM/UFRJ)

 

Suplentes

Dra. Genise Vieira Somner (PPG-Bot/MN/UFRJ)

Dra. Lísia Mônica de Souza Gestinari (PPG-CiAC/UFRJ)

Capa

 

Os ratos-bico-de-lacre, pertencentes ao gênero Wiedomys, são encontrados principalmente nos biomas brasileiros do Cerrado e da Caatinga, ao longo do rio São Francisco. Por muito tempo se acreditava que esse gênero tivesse apenas uma espécie, mas recentemente foram identificadas duas: W. cerradensis e W. pyrrhorhinos.

foto Wiedomys cerradensis por Clarissa Nobre

Foto de Wiedomys cerradensis por Clarissa Nobre.


Em um estudo publicado em Novembro de 2024 no periódico científico Journal of Mammalogy (https://doi.org/10.1093/jmammal/gyae129), fruto da tese de doutorado do egresso do PPG-CiAC e atual professor-substituto do NUPEM/UFRJ, Carlos Alberto Cunha-Filho, a taxonomia dessas duas espécies foi revisada, e a hipótese de que o rio São Francisco atuou como uma barreira separando linhagens foi avaliada em abordagem integrativa e moderna.

Foram analisadas características anatômicas, sequências de DNA, informações sobre os cromossomos e sobre a distribuição dos animais. Os resultados mostraram que ambas as espécies são geneticamente e morfologicamente distintas, e que o rio São Francisco realmente determina a sua distribuição, sendo W. pyrrhorhinos encontrada no território à margem direita e W. cerradensis na margem esquerda desse importante rio brasileiro.

Teaser final

 

O tempo de separação das espécies é estimado entre 339 mil e 25 mil anos, um intervalo de compatível com a formação mais recente do baixo curso do rio São Francisco, que afetou também outros animais que vivem na mesma região. Assim, o estudo amplia significativamente o conhecimento sobre a distribuição e evolução dessas espécies, além de reforçar a importância do rio São Francisco como barreira divisora entre essas e outras espécies animais no Nordeste do Brasil. O estudo foi realizado em colaboração com pesquisadores de outras cinco instituições do Brasil e Chile, e foi considerado como artigo destaque (Editor’s Choice) pelos editores do Journal of Mammalogy.

Apresentacao SIAc YRK

 

Yan

 

 Durante a 13ª Semana de Integração Acadêmica (SIAc) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o estudante de mestrado do PPG-CiAC, Yan Ribeiro Kurtz de Assumpção, orientado pelos professores Michael M. Mincarone, Pablo R. Gonçalves e Gabriel S. Araujo, e em colaboração com os pesquisadores Leandro N. Eduardo e Allan P. B. Pozzobon, recebeu menção honrosa pela apresentação de seu trabalho intitulado: Desvendando a diversidade oculta de Argyropelecus e Sternoptyx (Stomiiformes: Sternoptychidae): Explorando a história evolutiva e biogeográfica através do DNA mitocondrial.

O estudo é focado nos peixes-machadinha, membros da família Sternoptychidae, um grupo de peixes pelágicos de águas profundas com significativa importância ecológica devido ao seu papel na ciclagem de nutrientes, sequestro de carbono e conectividade trófica entre zonas oceânicas. A pesquisa revelou que a diversidade de espécies nesses gêneros é significativamente maior do que se pensava, identificando 18 linhagens, algumas das quais não correspondem às espécies descritas por métodos morfológicos tradicionais.

A análise utilizou técnicas de biologia molecular, incluindo a amplificação e o sequenciamento do gene mitocondrial Citocromo C Oxidase (COI), combinadas com ferramentas de filogenia e delimitação de linhagens. Os resultados fornecem insights sobre o impacto de barreiras biogeográficas na especiação e destacam a subestimação da diversidade de peixes de águas profundas. Este estudo inclui espécimes coletados durante a expedição ABRACOS (Acoustics along the BRAzilian COaSt), um dos principais projetos coordenados pelo LMI TAPIOCA.

O trabalho contou com o apoio do PPG-CiAC/UFRJ, do LMI TAPIOCA, da CAPES e do Scripps Institution of Oceanography, e representa um avanço significativo na compreensão da história evolutiva e biogeográfica de espéÍcies marinhas pouco conhecidas.

 

 

 

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O Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Conservação (PPG-CiAC) convida todo o seu corpo social e demais interessados para as apresentações dos produtos elaborados na disciplina Práticas Interdisciplinares.


🗓️ Datas: 10 e 11 de dezembro
⏰ Horário: das 13h às 17h
📍 Local: Auditório do NUPEM/UFRJ
💻 Transmissão: pelo Zoom

 

Confira a Programação abaixo:

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Entre os dias 1 e 3 de outubro de 2024, o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM/UFRJ) sediou importantes encontros de discussão e de elaboração de propostas de planos de manejo do Parque Municipal e Área de Proteção Ambiental Arquipélago de Santana e do Parque Natural Municipal da Restinga do Barreto. Juntamente com técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (COMMADS), da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Marinha do Brasil e representantes do terceiro setor, como pesca, turismo, Pastoral do Meio Ambiente e movimento SOS Praia do Pecado, o corpo social do PPG-CiAC engajou-se nas atividades propostas pela empresa contratada para realizar os planos de manejo dessas três unidades de conservação (UCs) municipais.

 

foto grupo todo oficina academica

 

O Arquipélago de Santana está inserido em uma área marinha que desde 1989 compreende duas unidades de conservação, o Parque Municipal e a Área de Proteção Ambiental Municipal (Lei Municipal N o 1216/1989; regulamentada pelo Decreto N o 18/2011). Mais recentemente, foi criado o Parque Natural Municipal (Decreto Municipal N o 139/2016) da Restinga do Barreto. Como essas UCs ainda não possuem plano de manejo, a proposta do documento técnico que definirá as normas de uso, zoneamento e manejo dos recursos naturais está sendo conduzida pela empresa TRACTEBEL Engineering por meio do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental firmado entre a Petrobrás S.A. e a SEMAS.

A metodologia empregada pela contratada segue o roteiro para elaboração e revisão de planos e manejo de unidades de conservação federais do ICMBio. Nesse modelo, uma série de oficinas temáticas envolvendo diversos setores da sociedade civil, instituições e empresas são convidados a colaborar. Nas oficinas, diagnósticos participativos são delineados a partir do conhecimento dessas partes interessadas, de estudos prévios disponíveis na literatura, do histórico de uso e até mesmo de conflitos socioambientais que possam existir. As oficinas oportunizam a colaboração coletiva de diferentes atores sociais para a definição de estratégias e instrumentos necessários ao planejamento e gestão das UCs.

 

Arquipéalgo de Santana. Patricia Mancini

Vista área do Arquipélago de Santana e suas três principais ilhas: Ilhote Sul, Santana e Francês. Foto: Patricia Mancini.

 

Vista área de parte da área do Parque Natural Municipal Restinga do Barreto. Foto: Rui Porto Filho-Arquivo SECOM (Prefeitura de Macaé)

 

As dissertações e teses do PPG-CiAC desenvolvidas em ecossistemas costeiros de Macaé representam uma contribuição fundamental para este marco da consolidação das UCs municipais, uma vez que geram informações relevantes sobre a diversidade biológica e condições ambientais. Os mestrandos Arthur Bouckhorny, Giovanna Costa e João Pedro Sá, os doutorandos Guilherme Sardenberg, Renan Monte e Tatiane Xavier, os docentes Luciano Gomes Fischer, Maurício Molisani, Patricia Luciano Mancini, Rodrigo Lemes Martins, e os jovens doutores do Programa Institucional de Pós-Doutorado da UFRJ (PIPD/UFRJ) Arthur Bauer e Pablo Mendonça contribuíram com informações e experiências nas oficinas temáticas “Área acadêmica, estudos e pesquisas” e diagnósticas participativas “Parque Municipal e Área de Proteção Ambiental Arquipélago de Santana” e “Parque Natural Municipal da Restinga do Barreto”.

As oficinas possibilitaram identificar as principais lacunas de conhecimento e as prioridades para estudos futuros que envolvem os principais impactos e riscos às espécies ameaçadas, as medidas de detecção e controle de potenciais espécies invasoras e a identificação de espécies-chave das UCs de Macaé. Os participantes formaram grupos de trabalho que focaram em Aspectos ambientais, como a fauna, a flora e o meio físico e Aspectos culturais, históricos, sociais e turísticos do Parque Municipal e Área de Proteção Ambiental Municipal Arquipélago de Santana e do Parque Natural Municipal da Restinga do Barreto.

 

mapeamento participativo Arquipelago de santana

 

 

mapeamento participativo Parque do Barreto

Mapeamento participativo da situação física e biológica do Arquipélago de Santana e do Parque Natural Municipal da Restinga do Barreto

 

De acordo com a Doutoranda e Mestra em Ciências Ambientais Tatiane Pereira Xavier Nascimento, uma percepção compartilhada pelos participantes é a importância da implementação de programas que visem o apoio às pesquisas e as práticas de Educação Ambiental.


Perguntas norteadoras do trabalho como: - Há disputa pelo uso de recurso natural? Se sim, quais? - Quais são e onde estão os maiores problemas ou conflitos relacionados com o uso do território? possibilitarão o diagnóstico territorial para a regulamentação do uso e as regras de zoneamento dessas duas UCs. Os grupos de trabalho listaram a principais ameaças e potencialidades das UCs, que foram posteriormente discutidas em plenária. De acordo com a técnica da SEMAS e egressa do PPG-CiAC, a Dra. Evelyn Raposo da Silva, apesar do longo caminho para que tudo que está sendo colaborativamente construído se torne uma política pública, essas oficinas representam o ponto de partida para a produção dos almejados planos de manejo dessas UCs macaenses.


Para a coordenação do PPG-CiAC, a participação efetiva do corpo social do programa, que é diversificado em seus objetos de pesquisa e altamente qualificado para esse e outros tipos de demandas é uma demonstração clara e concreta da relevância do programa de pós-graduação nas estratégias de conservação ambiental da região.


Para mais informações:


Decreto Municipal de Macaé 18/2011 

Decreto Municipal de Macaé 139/2016

Roteiro metodológico para elaboração e revisão de planos de manejo das unidades de conservação federaisconservação federais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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