O filme Jorge Poema, produzido pela equipe do Núcleo de Arte, Mídia e Educação (AME) da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Campus Macaé, será exibido no Festival Internacional do Audiovisual Ambiental (Filmambiente 2012, sítio do festival: www.filmambiente.com) no próximo dia 4 de setembro, na cidade do Rio de Janeiro. Jorge Poema é o registro da luta do personagem Tio Jorge em prol dos pescadores da lagoa de Carapebus.
O filme aborda a história de vida de Jorge Barcelos e o conflito da pesca em uma Unidade de Conservação. Tio Jorge, muito conhecido em Macaé e região, é pescador profissional, poeta autodidata e vem lutando pelo direito de continuar o seu ofício e dos seus companheiros de pescaria em uma área protegida por legislação federal. Seus “ajuntamentos de palavras”, como ele mesmo define, já o levaram para diversos cantos, inclusive Brasília.
A produção deste filme faz parte do projeto da UFRJ/Macaé, intitulado Curso de Cinema Ambiental (CUCA). O curso, totalmente prático e gratuito, visa a construção coletiva de filmes documentários direcionados para as questões socioambientais da Região Norte Fluminense. Na primeira versão dos cursos, o grupo está focando as suas lentes no tema "Personagens do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba". Segundo o professor Rafael Costa, Coordenador do Projeto CUCA, o registro em forma de documentários possibilita um amplo debate, contribuindo para as discussões que passam por acesso aos recursos ambientais, políticas públicas e envolvimento comunitário. “As relações das pessoas com essa Unidade de Conservação são as mais variadas possíveis, são casos de amor, de tristeza e de luta. O mais interessante é que a construção desses filmes é realizada de forma colaborativa, entre quem filma e quem é filmado”. Para ele, o sucesso das atividades da equipe só é possível pelo amplo envolvimento dos alunos, professores e das pessoas registradas. “A participação na coordenação das atividades do CUCA é dividida entre alguns alunos da graduação em Ciências Biológicas, do Mestrado em Ciências Ambientais e Conservação e dos professores do Núcleo AME. Assim, acreditamos que essa atividade é de extrema importância para a formação intelectual e criativa dos alunos, uma vez que priorizamos o trabalho em equipe. Aqui nada é decidido de forma individual.”, acrescentou o professor Rafael.
Para a aluna do Mestrado Nathália Fuentes, uma das idealizadoras do Curso de Cinema Ambiental, a importância desse tipo de ação é possibilitar a participação da população em geral. “Não restringimos os cursos aos alunos da universidade, com isso possibilitamos o acesso ao conhecimento, além de possibilitar a aproximação das pessoas com o Parque Nacional”, enfatizou Nathália.
Daniel Cavalcanti, aluno de graduação e integrante da equipe, acredita que o curso possibilita aos alunos uma experiência fora dos muros da universidade. "Um curso universitário não se restringe às atividades realizadas dentro da instituição, sendo muito enriquecido por experiências como essas que o CUCA proporciona", ressaltou Daniel.
A produção desses filmes faz parte de uma atividade de pesquisa, ensino e extensão, concentrada no Núcleo de Pesquisa em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (NUPEM), com apoio da FAPERJ e do CNPq. Para aqueles que apresentam interesse em produzir filmes ambientais, a equipe do Núcleo de Arte, Mídia e Educação (AME), está de portas abertas para visitação. A próxima edição será realizada em meados de setembro de 2012. Maiores informações sobre o CUCA e como participar das atividades do grupo poderão ser respondidas pelo e-mail:Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..