A Cátedra UNESCO de Alfabetização em Futuros é a primeira cátedra no mundo a ser sediada em um museu - o Museu do Amanhã - e contou em 2023 com a parceria do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), do Instituto Humanize e da UFRJ. Em janeiro de 2023 foi promovida a formação interna da equipe executora da Cátedra, composta por seis alunas da UFRJ, em 29 de janeiro a UNESCO declarou o início dos trabalhos, e em 10 de março a iniciativa foi oficialmente lançada com um evento no Museu do Amanhã.
Conheça mais sobre essa iniciativa extraordinária de promoção socioambiental a partir de dois integrantes do PPG-CiAC, o Professor Fabio Scarano e a Doutoranda Beatriz Carneiro, que respectivamente atuam na coordenação e na execução da Cátedra.
Lançamento da Cátedra UNESCO de Alfabetização em Futuros em 10 de março de 2023, no Museu do Amanhã, cidade do Rio de Janeiro. O Titular da Cátedra é o Prof. Fabio Scarano, docente do PPG-CiAC, que conta com seis discentes da UFRJ na equipe executora. Dentre elas, Beatriz Lima Rangel Carneiro (segunda, da direita para esquerda), doutoranda do PPG-CiAC.
O trabalho na Cátedra combina elementos de ensino, pesquisa e extensão. O ensino está estruturado em torno de uma formação desenvolvida pela Unesco, chamada “Laboratório de Alfabetização em Futuros”. Nossa meta para 2023 era levar a formação para 250 pessoas, mas alcançamos mais de 300 pessoas. Dentre essas estão colaboradores dos museus geridos pelo IDG no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, na UFRJ (nos Laboratórios de Limnologia e de Ecologia Aquática dos Institutos de Biologia e de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM/UFRJ), no PPG-CiAC, e no Colégio Brasileiro de Altos Estudos) e mais de 100 professores de ensino fundamental e médio da rede pública de todo o Brasil, através do Programa Inspira Ciência do Museu do Amanhã. Pelos Laboratórios de Limnologia e de Ecologia Aquática, também realizamos recentemente uma formação para cerca de 50 professores, técnicos e estudantes, integrando pessoal da UFRJ da sede, na capital, e do interior, no Norte Fluminense. A pesquisa envolve um estudo pós-doutoral, duas teses de doutorado, e três pesquisas de recém-formadas. Os temas abrangem desde futuros ancestrais a neoecossistemas.
No PPG-CiAC, eu, Beatriz Carneiro, desenvolvo minha tese no escopo da Cátedra, examinando os pontos de conexão e divergência entre as visões alternativas ao desenvolvimento sustentável (coletivamente chamadas de “pós-desenvolvimento”) e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Recém concluí a disciplina Práticas Interdisciplinares do PPG-CiAC na qual contribuí, sob a supervisão do Prof. Rafael Nogueira Costa, na formação de estudantes de Ciências Biológicas do NUPEM/UFRJ. Na Extensão Universitária, estamos coletivamente contribuindo com conteúdos para o Museu do Amanhã e outros equipamentos culturais da rede IDG.
Em nome da Cátedra e do PPG-CiAC pudemos ainda contribuir com palestras em eventos de destaque durante todo o ano 2023. Por exemplo, nós dois fomos convidados a falar sobre os futuros possíveis e desejáveis em painéis no Rio Innovation Week, que ocorreu no Porto Maravilha (Rio de Janeiro), em Outubro. Também participei de muitos outros eventos e publicações divulgando a Cátedra da UNESCO como no FORMS (Futures Oriented Museum Synergies) of Life – encontro de museus orientados para o futuro; a comemoração de 60 anos do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas - Biofísica da UFRJ; e nesta matéria no Jornal O Globo.
Beatriz Carneiro (com o microfone), no painel “Futuros Possíveis” no estande do Impact Hub durante a Rio Innovation Week 2023.
Oficialmente, a Cátedra leva o nome de “Cátedra UNESCO em Bem-estar Planetário e Antecipação Regenerativa”, dois conceitos intrinsicamente relacionados aos estudos de futuros que estamos aprofundando em diversos projetos de pesquisa com impacto na sociedade. Apesar do nome, os estudos de futuros e a prática da alfabetização se voltam para o presente e visam ativar a atenção, a presença, a imaginação e a esperança ativa. Nos tempos desafiadores que atravessamos, a UNESCO crê que ser “alfabetizado em futuros” é uma das principais capacidades que precisaremos desenvolver no século XXI. Por outro lado, como o futuro de fato não existe, ninguém realmente é alfabetizado em futuros ainda – abrindo a possibilidade de cocriação de múltiplos futuros. Esse estado de atenção e curiosidade, e de abertura para o novo, horizontaliza professores e estudantes, tornando todos aprendizes.
Fabio Scarano e Beatriz Carneiro