Terça,feira, dia 25/06/24, às 9h, acontecerá de forma remota, a Defesa de Mestrado de Débora Henrique Salvador Pereira dos Santos.
Resumo
O trabalho relata a ocorrência de metacercárias de Autrodiplostomum compactum (Trematoda: Diplostomidae) infectando os olhos de Geophagus brasiliensis (Teleostei: Cichlidae) obtidos da lagoa de Imboassica, Macaé, Rio de Janeiro, Brasil. No âmbito deste trabalho foi realizado também uma revisão bibliográfica sobre a relação de metais pesados como bioindicadores de helmintos em diferentes ambientes. No período de maio a agosto de 2022, 110 exemplares de G. brasiliensis foram coletados, 41 fêmeas e 65 machos, 4 indivíduos não sexados. Do total de 110 espécimes necropsiados, 58 peixes encontravam-se parasitados. Foram inspecionados diferentes órgãos, como estômago, gônadas, fígado, bexiga e olho. Os helmintos foram coletados no globo ocular, fixadas em solução de AFA, corados com carmim, e alguns foram congelados para análises posteriores. As análises morfológicas e morfométricas dos helmintos foram realizadas por meio da microscopia óptica acoplada com câmera clara, microscopia óptica acoplada ao sistema de captura de imagem e através de microscopia eletrônica de varredura. Nos peixes foram coletados e determinados até menor táxon possível, sendo identificado todas as espécies de Digenea como A. compactum, na fase de metacercária, parasitando os olhos. O A. compactum estudado neste trabalho apresenta a região anterior lateral do corpo ocupada por células glandulares. Possuem os primórdios genitais localizados na extremidade da região posterior do corpo, logo após o órgão tribocítico. O corpo é foliáceo, oval, e, ligeiramente côncavo na face ventral. A extremidade anterior apresenta uma ventosa oral subterminal, pseudoventosas esquerda e direita, com faringe muscular oval e células glandulares. A parte posterior do corpo é reduzida na porção final, com destaque para a estrutura dos cecos intestinais, apresentando o órgão tribocítico oval, gônadas e um segmento cônico terminal. Os índices parasitários indicaram taxa de
prevalência parasitária de 53,21%, ou seja, mais da metade dos peixes que foram examinados estavam infectados; prevalência de 53,21%, o que permite classificá-lo como espécie secundária, categoria que indica que o parasito é menos adaptado ao hospedeiro e mais dependente de fatores ambientais que afetam a sua transmissão e sobrevivência; e com intensidade média de 6,20, indicando que, em média, cada G. brasiliensis estava infectado com cerca de 6 parasitos nos olhos. Os dados de correlação demonstram que a prevalência parasitária em G. brasiliensis apresentou uma correlação com o comprimento dos hospedeiros. Sendo observada correlação entre peso e comprimento das fêmeas. A intensidade média de A. compactum apresentou correlação com o comprimento geral e o peso dos hospedeiros, indicando que os peixes menores e mais leves foram mais intensamente parasitados do que os maiores e mais pesados. Na abundância média de A. compactum foi constatada relação apenas com o comprimento. Quando observada a amostra de machos e fêmeas, só houve correlação nas fêmeas em relação ao peso e ao comprimento. No estudo de revisão é importante destacar que dentro do grupo de helmintos parasitos, existem subgrupos que se mostraram mais eficazes como bioindicadores, como os acantocéfalos, que são mais eficientes nesta detecção principalmente devido à sua capacidade de adesão ao intestino dos hospedeiros.
Banca Avaliadora
Titulares
Drª Aleksandra Menezes de Oliveira - Orientadora
Dr. Clóvis de Paula Santos (PGBB/UENF)
Drª Yara Leite Adami Rodrigues (PPGMESP/UFF)
Suplentes
Dr. Rafael Nogueira Costa (PPGCiAC/UFRJ)
Drª Analy Machado de Oliveira Leite (PPGProASD/UFRJ)