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Sexta-feira, 12/07/24, às 14h, acontecerá a  Defesa de Mestrado de Isabella de Souza Oliveira, no auditório do NUPEM

 

Resumo

Melocactus violaceus Pfeiff. subsp. violaceus (M. violaceus) é uma espécie de Cactaceae endêmica do Brasil, com distribuição contínua pela costa do Ceará ao Rio de Janeiro, ocorrendo exclusivamente em restingas e dunas fluviais. Sua estrutura globosa se divide em cladódio (porção vegetativa) e cefálio (porção reprodutiva), onde se desenvolvem as flores e os frutos. O valor comercial para fins ornamentais e características reprodutivas como a reprodução exclusiva por sementes, somados à crescente fragmentação do habitat natural, contribuem para a atual classificação de M. violaceus como vulnerável pela Lista Vermelha de Flora Ameaçada de Extinção e pela Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção.

Em sua dissertação, Isabella avaliou a densidade e a estrutura populacional de M. violaceus em três áreas de 10 ha do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PNRJ) que diferem na distância até os enclaves urbanos. O censo resultou em 3.111 indivíduos, 88% deles na área mais distante e 6% deles em cada uma das duas áreas mais próximas do enclave. Os cactos se distribuem tanto pela areia, expostos ao sol (59%), quanto no interior das moitas de vegetação arbustiva (41%), sendo que os indivíduos jovens são a maioria (65% do total registrado). A freqüência de indivíduos senescentes foi a mesma nas três áreas (»10%), indicando que a taxa de mortalidade natural é similar entre as elas.

Os resultados sugerem que a área mais distante do enclave urbano funciona como um berçário de M. violaceus, enquanto as duas outras áreas abrigam os indivíduos mais longevos e deveriam receber reintrodução. As condições ambientais mais amenas nas moitas devem favorecer a sobrevivência e o desenvolvimento de M. violaceus, enquanto a exposição direta ao sol na areia nua, apesar de favorecer a visitação dos polinizadores, pode limitar o crescimento vegetativo e das estruturas reprodutivas devido às condições extremas de temperatura e baixa retenção hídrica. O estudo representa uma contribuição relevante para uma espécie ameaçada de cacto que carece de informações sobre sua distribuição e estrutura populacional. A conservação de M. violaceus no Norte Fluminense depende do mosaico de microhabitats do PNRJ.

 

Banca avaliadora

 

Titulares

Drª. Ana Cristina Petry – orientadora

Dr. Diego Rafael Gonzaga (IBERF/UFOP)

Dr. Heitor Monteiro Duarte (NUPEM/UFRJ)

 

Suplentes

Dr. Marcos de Souza Lima Figueiredo (PPG-BIO/UNIRIO)

Dr. Carlos Alberto de Moura Barboza (PPG-CiAC/UFRJ)

 

 

UFRJ PPGCIAC - Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Conservação
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