A exploração de recursos minerais como petróleo, gás natural e piçarra é uma das principais atividades econômicas desenvolvidas no Nordeste brasileiro. A piçarra é um substrato composto predominantemente por areia, silte e cascalho, amplamente utilizado na terraplanagem de bases de instalação de sondas bombeadoras (conhecidas como “cavalinhos”), na pavimentação de estradas e na construção de alicerces de diversos tipos de infraestruturas relacionadas com a extração de petróleo em terra. 

 

Ao final da atividade de exploração, as jazidas descomissionadas devem passar por iniciativas de suavização do terreno e reflorestamento, visando a contenção de sedimentos e a infiltração de água para o lençol freático. Nesse sentido, estudos sobre técnicas de recuperação de áreas degradadas pela exploração de recursos minerais têm sido desenvolvidos com o objetivo de mitigar os impactos ambientais gerados por essas atividades.

O aluno do PPG-CiAC Felipe Ferreira desenvolve sua tese de doutorado sob a orientação da Professora Dra. Lísia Mônica de Souza Gestinari no bioma Caatinga. Felipe investiga técnicas de recuperação de áreas degradadas pela exploração de recursos minerais empregando espécies arbóreas nativas desse bioma. A atenção de Felipe está voltada para as espécies da família Leguminosae, popularmente conhecidas como leguminosas que associadas a microrganismos simbiontes, como bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos arbusculares, podem potencializar o sucesso de medidas de reflorestamento de áreas degradadas pela exploração de recursos minerais na Caatinga.

 

Em simbiose com as leguminosas, bactérias genericamente denominadas rizóbios são capazes de quebrar a tripla ligação das moléculas de nitrogênio atmosférico e disponibilizar íons para essas plantas que, por sua vez, fornecem fontes de energia aos microrganismos, os fotoassimilados. Já os fungos, além de potencializarem a assimilação de nutrientes como o nitrogênio, o fósforo, micronutrientes e água pelas plantas, auxiliam na estabilidade de agregados de solos desestruturados por meio da produção da glicoproteína glomalina, com reconhecida ação cimentante.

A tese de Felipe Ferreira integra um projeto interinstitucional da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agrobiologia), da Universidade Federal Rural do Semiárido e da Petrobras. Recentemente, os esforços dessa iniciativa que busca minimizar de forma sustentável os impactos decorrentes da exploração de recursos minerais em um bioma frágil e extremamente relevante, como é o bioma Caatinga, culminaram na publicação do livro “Recuperação ambiental em áreas de produção de petróleo e gás em terra na Caatinga”. No livro que que conta com a autoria de mais de 20 pesquisadores, Felipe Ferreira é coautor do capítulo “Estratégias de recuperação ambiental de área de produção de petróleo e gás em terra na Caatinga”. 

A obra completa está disponível aqui.

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UFRJ PPGCIAC - Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Conservação
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