Destaque

 

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Terça-feira, 26/03/24, às 14h, acontecerá  remotamente, a

Defesa de Mestrado de Michele Siqueira Muzy

 

Resumo

Corais de mar profundo são organismos azooxantelados, encontrados em profundidades de 200 até 6000 m ao longo da costa brasileira. Os corais profundos estão sob ameaça de atividades antrópicas relacionadas à exploração pesqueira, como o arrasto de profundidade, aumento das concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e consequente acidificação dos oceanos, acúmulo de microplástico e instalação de estruturas submarinas, como dutos e ancoragens. Esses fatores causam danos aos recifes profundos como soterramento, cargas excessivas de partículas e exposição a componentes tóxicos, podendo levar à degradação severa, comprometimento da resiliência, perda de diversidade e da biodiversidade  associada. Em sua dissertação, Michele avaliou a diversidade, conectividade genética e o genoma mitocondrial de Enallopsammia rostrata, uma espécie de coral responsável pela formação de recifes profundos nas Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. A partir 74 fragmentos da espécie, Michele desenvolveu 30 loci de microssatélites, mas somente quatro puderam ser analisados. Foi detectada baixa diversidade genética Enallopsammia rostrata nas áreas de estudo, o que pode estar associado ao baixo número de loci analisados e/ou a replicação assexuada, devido à superestimativa de clones. O sequenciamento do genoma mitocondrial completo de E. rostrata apresentou 18.815 pares de bases. Ao desvendar parcialmente a diversidade genética de E. rostrata, a dissertação representa uma contribuição importante para avançar na compreensão da capacidade adaptativa dessa espécie de coral profundo.

 

Banca Avaliadora

 

Titulares

Dra. Carla Zilberberg - Orientadora

Dr. Jhonatas Sirino Monteiro (CEBIMar/USP)

Dr. Allan Pierre Bonetti Pozzobonn (PIPD NUPEM/UFRJ)

Suplentes

Dra. Nicole Silva Caliman Monteiro (CECIERJ/UERJ)

Dr. Carlos Alberto de Moura Barboza (PPG-CiAC/UFRJ)

 

 

 

 

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Nesta terça-feira, dia 26/03/24, às 9h, acontecerá, de forma remota, a

Defesa de Mestrado de Júlia Rodrigues Martins

 

Resumo

Os Myctophidae são popularmente conhecidos como peixes-lanterna, devido à diversidade de órgãos luminosos espalhados pelo corpo. Esses peixes são mesopelágicos de mar aberto ou, em alguns casos, associados ao talude. A família Myctophidae se subdivide em cinco subfamílias (Myctophinae, Diaphinae, Lampanyctinae, Notolycninae e Gymnoscopelinae) que compreendem pelo menos 254 espécies em 34 gêneros. Ao se alimentarem nas zonas epipelágicas (0-200 m) e migrarem para as zonas mesopelágicas (> 200 m) e batipelágicas (> 1000 m), esses peixes transportam carbono, conectando camadas oceânicas verticais e servindo como um elo trófico fundamental entre o zooplâncton e consumidores maiores, como atuns e lulas. Em sua dissertação, Júlia investigou a influência da Pluma do Rio Amazonas na diversidade taxonômica, distribuição e abundância de peixes-lanterna ao largo da costa norte do Brasil. A profundidade foi o fator primordial na estruturação das comunidades que, embora com diversidade comparável à de outras regiões tropicais, apresentam maior dominância de algumas espécies. Um catálogo ilustrado contendo 81 espécies de peixes-lanterna distribuídas em 23 gêneros foi produzido em conjunto com uma chave de identificação das espécies de Myctophidae no Brasil.

 

Banca Avaliadora

Titulares

Dr. Michael Maia Mincarone - Orientador

Dra. Karla Diamantina de Araújo Soares (UFRJ)

Dra. Latifa Peláge (IRD/França)

Suplentes

Dr. Rodrigo Antunes Caires (IOUSP)

Dr. Arthur de Barros Bauer (PIPD NUPEM/UFRJ) 

 

 

 

 

Entre os dias 3 e 7 novembro de 2023, na Reserva Ecológica do IBGE, em Brasília, a Dra. Gisela Sobral participou do curso internacional “Statistical Quantification of Individual Differences” (SQuID). O curso foi organizado pelo Prof. Eduardo Bessa, da Universidade Federal de Brasília, e o time de professores foi composto pelas Dras. Debora Goedert (Norwegian University of Science and Technology) e Lynna Kiere (Universidad Autónoma de México) e pelo Dr. David Westneat (University of Kentucky), cientistas com um extenso currículo de pesquisas voltadas a compreender as consequências ecológicas e evolutivas das diferenças individuais.

 

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Professores, professoras, alunos e alunas da oficina

“Statistical Quantification of Individual Differences” (SQuID).

 

Além da Dra. Gisela, do Rio de Janeiro, vários jovens pesquisadores de outras universidades de Goiás e do Distrito Federal participaram do curso, que foi marcado por um intenso
treinamento estatístico dos participantes. Sem dúvidas, essa foi uma oportunidade única de capacitação internacional em solo brasileiro.

 

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Os alunos e alunas no intervalo da oficina “Statistical Quantification of Individual Differences” (SQuID), realizado na Reserva Ecológica do IBGE.

 

 

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Alunos e alunas do curso, discutindo a aplicação dos métodos estatísticos em suas respectivas pesquisas.

 

Para a Dra. Gisela, que realiza seu pós-doutorado vinculada ao PPG-CiAC sob a supervisão do Prof. Pablo Rodrigues Gonçalves, o treinamento foi uma oportunidade excelente para troca de experiências e aprendizagem de novas técnicas estatísticas. Gisela é bolsista da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e utiliza a estrutura do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM/UFRJ) para pesquisar a diferença individual no comportamento do ratinho-goitacá Cerradomys goytaca, um roedor endêmico das restingas do Norte Fluminense e sul do Espírito Santo.

 

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Na caminhada entre o alojamento e o auditório da Reserva do IBGE,

o contato com a vegetação do Cerrado.

 

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Gisela Sobral e um indivíduo jovem de Cerradomys goytaca

 

 

 

 

 

Pedro Mello

 

Na próxima quarta-feira, 06/03/24, às 10 horas, acontecerá, remotamente Defesa de Doutorado de Pedro Mello Paiva.

 

Resumo

Ecossistemas marinhos, como rodolitos e corais de águas profundas, são extremamente relevantes para a conservação de espécies e pelos serviços ecossistêmicos que prestam. Na Tese, Pedro simulou a ressuspensão e deposição de sedimentos do leito marinho durante operações de recolhimento de dutos flexíveis submarinos na Bacia de Campos.
Os resultados encontrados indicaram que a ressuspensão de sedimentos causada pelas operações de recolhimento dos dutos não se apresenta como uma ameaça para os corais de águas profundas distribuídos pelo talude continental. Entretanto, os limites de tolerância para a deposição de sedimentos foram ultrapassados nas simulações para regiões de rodolitos na
plataforma continental.
A Tese representa uma relevante contribuição para a mitigação de potenciais impactos ambientais decorrentes de operações offshore da cadeia de óleo e gás na Bacia de Campos.

 

Banca Avaliadora

Titulares

Dr. Maurício Mussi Molisani – orientador
Dra. Carla Zilberberg (PPG-CiAC /UFRJ)
Dr. Antônio Jose da Silva Neto (PPG-MC/UERJ)
Dra. Maria Manuela Fraga Juliano (Universidade de Açores)
Dra. Ligia Laximi Machado de Amorim Pinto (Universidade de Lisboa)

Suplentes
Dr. Carlos Alberto de Moura Barboza (PPG-CiAC /UFRJ)
Dr. Ramiro Joaquim de Jesus Neves (Universidade de Lisboa)

 

 

A Cátedra UNESCO de Alfabetização em Futuros é a primeira cátedra no mundo a ser sediada em um museu - o Museu do Amanhã - e contou em 2023 com a parceria do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), do Instituto Humanize e da UFRJ. Em janeiro de 2023 foi promovida a formação interna da equipe executora da Cátedra, composta por seis alunas da UFRJ, em 29 de janeiro a UNESCO declarou o início dos trabalhos, e em 10 de março a iniciativa foi oficialmente lançada com um evento no Museu do Amanhã.

Conheça mais sobre essa iniciativa extraordinária de promoção socioambiental a partir de dois integrantes do PPG-CiAC, o Professor Fabio Scarano e a Doutoranda Beatriz Carneiro, que respectivamente atuam na coordenação e na execução da Cátedra.

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Lançamento da Cátedra UNESCO de Alfabetização em Futuros em 10 de março de 2023, no Museu do Amanhã, cidade do Rio de Janeiro. O Titular da Cátedra é o Prof. Fabio Scarano, docente do PPG-CiAC, que conta com seis discentes da UFRJ na equipe executora. Dentre elas, Beatriz Lima Rangel Carneiro (segunda, da direita para esquerda), doutoranda do PPG-CiAC.

O trabalho na Cátedra combina elementos de ensino, pesquisa e extensão. O ensino está estruturado em torno de uma formação desenvolvida pela Unesco, chamada “Laboratório de Alfabetização em Futuros”. Nossa meta para 2023 era levar a formação para 250 pessoas, mas alcançamos mais de 300 pessoas. Dentre essas estão colaboradores dos museus geridos pelo IDG no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, na UFRJ (nos Laboratórios de Limnologia e de Ecologia Aquática dos Institutos de Biologia e de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM/UFRJ), no PPG-CiAC, e no Colégio Brasileiro de Altos Estudos) e mais de 100 professores de ensino fundamental e médio da rede pública de todo o Brasil, através do Programa Inspira Ciência do Museu do Amanhã. Pelos Laboratórios de Limnologia e de Ecologia Aquática, também realizamos recentemente uma formação para cerca de 50 professores, técnicos e estudantes, integrando pessoal da UFRJ da sede, na capital, e do interior, no Norte Fluminense. A pesquisa envolve um estudo pós-doutoral, duas teses de doutorado, e três pesquisas de recém-formadas. Os temas abrangem desde futuros ancestrais a neoecossistemas.

No PPG-CiAC, eu, Beatriz Carneiro, desenvolvo minha tese no escopo da Cátedra, examinando os pontos de conexão e divergência entre as visões alternativas ao desenvolvimento sustentável (coletivamente chamadas de “pós-desenvolvimento”) e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Recém concluí a disciplina Práticas Interdisciplinares do PPG-CiAC na qual contribuí, sob a supervisão do Prof. Rafael Nogueira Costa, na formação de estudantes de Ciências Biológicas do NUPEM/UFRJ. Na Extensão Universitária, estamos coletivamente contribuindo com conteúdos para o Museu do Amanhã e outros equipamentos culturais da rede IDG.

Em nome da Cátedra e do PPG-CiAC pudemos ainda contribuir com palestras em eventos de destaque durante todo o ano 2023. Por exemplo, nós dois fomos convidados a falar sobre os futuros possíveis e desejáveis em painéis no Rio Innovation Week, que ocorreu no Porto Maravilha (Rio de Janeiro), em Outubro. Também participei de muitos outros eventos e publicações divulgando a Cátedra da UNESCO como no FORMS (Futures Oriented Museum Synergies) of Life – encontro de museus orientados para o futuro; a comemoração de 60 anos do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas - Biofísica da UFRJ; e nesta matéria no Jornal O Globo.

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Beatriz Carneiro (com o microfone), no painel “Futuros Possíveis” no estande do Impact Hub durante a Rio Innovation Week 2023.

Oficialmente, a Cátedra leva o nome de “Cátedra UNESCO em Bem-estar Planetário e Antecipação Regenerativa”, dois conceitos intrinsicamente relacionados aos estudos de futuros que estamos aprofundando em diversos projetos de pesquisa com impacto na sociedade. Apesar do nome, os estudos de futuros e a prática da alfabetização se voltam para o presente e visam ativar a atenção, a presença, a imaginação e a esperança ativa. Nos tempos desafiadores que atravessamos, a UNESCO crê que ser “alfabetizado em futuros” é uma das principais capacidades que precisaremos desenvolver no século XXI. Por outro lado, como o futuro de fato não existe, ninguém realmente é alfabetizado em futuros ainda – abrindo a possibilidade de cocriação de múltiplos futuros. Esse estado de atenção e curiosidade, e de abertura para o novo, horizontaliza professores e estudantes, tornando todos aprendizes.

Fabio Scarano e Beatriz Carneiro

Subcategorias

UFRJ PPGCIAC - Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Conservação
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